Livro Aberto

LIVRO ABERTO

A poesia é um território perdido entre o "sentir" e o "expressar". É um convite para visitar sentimentos e humanizar a pressa. É um território de se reinventar!

Muitas são as formas de expressar e definir poesia. Aqui estaremos apenas compartilhando nossas tentativas de explorar esse território desconhecido em que a "estrada" é construída com emoções.

Vocês, alunos, pais, professores, funcionários e amigos da EDEM, estão convidados a compartilharem suas poesias durante a semana literária. Elas só precisam ser de sua autoria!

Envie sua poesia para o email emtempo@ymail.com

Lembre-se de informar seu nome e de explicitar a sua relação com a escola.

Participem...Aguardamos suas poesias!

Equipe de organização da Semana Literária da EDEM

OBS: O endereço do nosso email estava errado aqui no blog. Se vc enviou para "@ymail.com.br" a poesia não chegou. Por favor reenvie para o endereço correto sem o ".br". Desculpem!



domingo, 23 de outubro de 2011

Filhos do mesmo pai

Filhos do mesmo pai,
acabaram eternamente
separados pelas páginas da vida.
Chamavam-se "Prólogo e Epílogo"!

Vinicius ( Pai do LAGARTO EM/2 )

sábado, 22 de outubro de 2011

El embargo de su castillo

Perdi a balsa
Para o teu Castelo.
Cruzada nobre,
Fiel Duelo.

No vento sul
Fugaz trova.
Contenda da alma
Medieval prova.

Na justa batalha
Respiro refeito
Saco o meu sabre
Lancino o peito

Convoco a hoste
Na luta transito
Por minha Rainha.
Sigo aflito

Imigrante retorno
Cansado e ferido
No peito um certeza
Não ter fugido.

Gozo abstrato
Madura tutela
Luz do ocaso
Vestal donzela

Deixo a batalha
Acompanho a escolta
Na retirada final
Da justa revolta.

A derrota foi nobre
A luta foi dura
Mas o segredo do cofre
Ainda perdura.

Tito Tortori (Prof. Ciências EF2

Epitáfio

Não vivi para escrever;

escrevi para sobreviver.


Ricardo Aquino

Pai do Vinicius Aquino – EF2

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Amor de uma só

Neia,
Neia ama a Ney,
Mais que ela, não sei,
Quer, só ser sua e ele seu,
Mas não é, ele não é,
Ele é ele e ela não,
Só, tem amor,
Só, tem dor,
Só, ela,
Só.

Alberto Rebello (Pai da Rebeca Stein)

Com paixão

Deus.
Palavra simples
que tudo encerra:
o meu Deus...

Oh, meu Deus!
Serei alvo de tanto egoísmo
ao querer Deus aqui comigo?

E os outros, como ficarão?
Com frio, com fome, com sede,
a Deus encontrarão?

Há Deus!
Não atendas aos rogos meus;
Deus não é só meu.
Deus é teu, é teus,
adeus a tanta ilusão!

Deus, todos somos teus.
Não é a mim que pertences,
atentes antes a toda essa gente
mais carente que eu.

Ricardo Aquino
Pai do Vinicius Aquino – EF2

A vida

Mas o que será a vida?
Será um sonho após a morte
Ou será a imaginação
Será apenas a arte
Se nascer e vir à luz
Essa questão me seduz
Porque ninguém a deduz
Agora, eu não sei
Mas quando souber te contarei.

Matheus Cony e Luca Ragonni – 7ª A

De um ariano transparente

Desconheço a fonte,
Que te abastece de queres
Mas desafivelo minhas certezas em julgá-las.

Se são verdadeiras não sei,
Mas aprovo-as ainda que sendo inverdades,
Apenas por serem
As mais belas que já ousei.

Nossas melodias emolduram
O quadro com a tinta,
Texturas experimentais,
Decolores incertas,
A alma aberta,
O medo trancado
E o desejo tensionado.

Aquelas que apenas os sonhadores
E viventes da vida possuem,
Ou as crianças ...
Não sei bem quem sou para você
Ou ao menos para mim ...
Pintor, ceramista, vivente ou curumim ...
Mas o que sei ...
Vou te confidenciar...
Apenas sei
Que me experimento
A cada instante...
E nestes desafiantes momentos,
Escovando pensamentos,
Dedilhando poesias,
Reconheço a rendição.

Para ao final
Me submeter derrotado e feliz!

Tito Tortori (Prof.de Ciências EF2)

Chuva e Lágrima

A chuva que chove
é a lágrima que move
pelo leito do meu rosto
no leito da solidão.

A chuva que cai
é a lágrima que sai
do fundo do meu peito
ao fundo da imensidão.

A chuva que molha
é a lágrima que olha
meu olho assustado
no olho do furacão.

A chuva que em mim chora
é a lágrima que tudo aflora:
a vida, a natureza,
minha vida rente ao chão.

Ricardo Aquino
Pai do Vinicius Aquino – EF2

Copacabana Concreta

COPA
CAB
an
a

Ana de Toledo

A Dança

É hora de dançar o balé
Bem feliz e divertido

É hora da dança romântico
O tango.

É a dança da princesa
A valsa.

Sem trapaça vá para
A salsa.

Sem pinote vá pro Rock

Já se divertiu?
É a dança do esqueleto
Sem osso nem peito.

É a hora de dar tchau,
Porque o esqueleto é do mal

Sofia Paiva Pougy (do 8A)

De onde viemos?

De onde viemos?
Infelizmente
Não sabemos.
É simplesmente irresistível
A vontade de sabermos.

Mas...

De onde viemos
Nem com toda a vontade
Sabemos

Onde será?
Onde será que
Podemos descobrir
De onde viemos?
Também não sabemos.

É só mais um
Dos mistérios da vida.
Dos milhões,
Trilhões
De mistérios da vida.

Esse mundo
É sério
É
Resumidamente
Simplesmente
Totalmente
Um mistério!

De onde viemos?
Nunca saberemos?


Matheus Conny e Luca Ragoni – 7ª A

qq

Qualquer momento, espreita
qualquer lição, respira
qualquer rosto, ilumina
qualquer livro, esconde a página que se espera ler
qualquer esquina, liberta
qualquer palavra, derrama
qualquer caminho, te traz

Lu Lima

DIAS BLADE RUNNER

Só nubla
Só chove
Só assim
Só sem sol

Ana de Toledo

Namorada secreta

Minha namorada secreta
a quem dedico esses versos
faz-me sempre de pateta:
não sou o único a realizar
seus desejos mais secretos.

Minha namorada secreta
sonho com ela inteira.
Qual linda menina sapeca,
nunca a consigo alcançar,
dela só recebo rasteira.

Minha namorada secreta
dona da vida, da noite e do dia
assumo teu defeito, indiscreta,
ao mundo vou revelar:
teu nome é Poesia.



Ricardo Aquino
Pai do Vinicius Aquino – EF2

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pelo ladrão

Às vezes a vida "sai pelo ladrão".
Transborda nas pequenas vitórias,
com a experiência adquirida ou a falta dela.
Extravasa na fome do dia a dia.

A vida que sai pelo ladrão é assim:
atravessa os medos, os mares e quem deixamos para trás.
Deságua na maternidade, na igreja ou (mesmo) no cemitério.
Tantas outras vezes escapa na música, no amor ou na arte.
Família, sono, cinema, um bom papo.
O tempo escoando pelo ralo.

A vitalidade que transborda aparece, também, na forma de poesia.
Despejando-se nas entrelinhas.
E pernoita ali,quietinha.
à espreita de um átimo do eterno.

Ale Archer (Amiga de ex-alunos e professores da EDEM)

Se fecho os olhos

Se fecho os olhos
viajo,
Se abro,
marejo.
Se durmo,
trabalho.
Se acordo,
perambulo.
Se desejo,
você não responde.
Se ignoro,
não respiro.

Lu Lima (Mãe da Cora 2ano Fundamental)

MAIS UM BLUES

Cante uma canção lamentando o amor eterno despedaçado
Desenhe numa folha caída o retrato da dor
Sole na rainha guitarra o derradeiro sentimento blues.

Fale das tragédias dos corações rasgados de paixão
Chore suas lágirmas pelas verdades traídas
Grite pelas almas entorpecidas de inveja.
Ouse sonhar com as pessoas felizes
Afague seus prantos na toalha do bar
Relembre seus anos de estrada procurando o por-do-sol.
Tente alcançar a aura perdida na reunião dos amigos
Corra atrás daquele cheiro que impregnava os cabelos da linda mulher
Dedique seu tempo refazendo a esperança perdida na encruzilhada da dor.

Guta (Professor de SOCIOLOGIA do EM)

Já escolheu?

O que você pretende fazer com a sua liberdade?
Pode escolher, a liberdade é toda sua
Tem gente que escolhe “se dar bem”
Já outros, “se realizar”
Há quem queira ser o centro de tudo
E também quem só quer ficar mudo, se isolar

O que você pretende fazer com ela?
Pode até jogá-la pela janela
Fique à vontade, a liberdade é toda sua.

Tem gente que só quer se divertir
E diz que veio ao mundo “pra festa”
Ah, tava esquecendo,
Tem muita gente que só quer mandar...
E se tem coisa que essa gente detesta
É a liberdade... alheia!

E então, pensou? Sentiu? Intuiu?
O que você vai fazer com ela afinal?
Se você não escolher, vão escolher por você
E no final, quando vê
Está à mercê
De quem? Adivinha...

Tem um mundão que te ronda, já notou?
Tem uma cultura que te invade
Até onde, nem você sabe..

Cultura essa, fruto de uma civilização
De um tempo
De um sistema, hoje globalizado
Que se você deixar, escolhe por você
Escolhe seus desejos, suas convicções,
Seus sonhos, suas paixões,
Escolhe seus medos, suas ilusões
E até suas ambições...

Cuidado com a sua escolha,
Mas não se encolha,
Que ela seja sua,
Profundamente sua

Sol Nascimento (Mãe de Gabriel Abreu/7º ano)

4ºano - Informática

Poesia Animada


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Feliz

Onde quer que você esteja

em outra cidade, país ou desejo,

com rumos cruzados ou transparentes,

foi neste porto que descalçou seus pés

e desarmou meu coração.

As pedras que pisei,

o mar que me jogou muitas vezes na areia,

sentem o que sinto agora.


Lu Lima (mãe da Cora 2ºano Fundamental)

Eu aperto o interruptor

Eu aperto o interruptor
E observo o ventilador
Vejo nas hélices física, matéria e mundo
Eu fico a mil...
Agora
Se eu olho as hélices
Imagino que o cérebro fez uma situação
Que os olhos criaram uma ilusão
E que tudo não passa de imaginação
Ah... Aí eu fico a um milhão!

Gabriel Abreu – 7ºA/2010

Banco de Praça

O banco de praça, lugar de amantes e apaixonados,
É também lugar de loucos, desesperados,
Pessoas abandonadas, esquecidas, perdidas de si.

Penso neles quando passo e
Fingindo não olhar,
Finjo me importar,
Finjo que para mim, estas pessoas importam.

Conjecturo a sua importância,
Bandeiras de alerta,
Aviltando nosso conforto diário,
Lembrando a nossa pequenez.

Volto pra minha casa,
Como minha comida,
Beijo minha mulher,
Durmo meu sono tranqüilo.

Alberto Rebello (Pai da Rebeca Stein)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Depois dos Filhos

AVÓ, eu não pedi pra ser!
Eu não pensei a respeito... ainda estava enrolada como mãe!
O Ano Novo chegou trazendo um casal de anjos danados, e, sem asas!
Eles caíram de paraquedas no meu coração...
O coração cresceu... cresceu... cresceu tanto, que transbordou de amor!
Fiquei mais enrolada... Sou apaixonada...
Esses anjos são mesmo danados!

Sara Jane Ribeiro, Assistente da Biblioteca.

MANU,ELA

Ela era Manuela.
Isso que era ela.
Só isso, não.
Tinha sido Manu, quando pequena como um grão.
Que se o nome é selo caro, o apelido é carinhoso,
de um gostar bem gostoso.
Chi, mas como ela implicava.
Manu, ela não gostava.
Logo brigava com quem assim a chamava.
Falava pelos cotovelos.
Xingava pelos tornozelos.
De tanto bater o pé, sabe como é que é,
além de Manu, virou Nué.
E mesmo que você não acredite,
se tornou Manuela-Bronquite.
Sei que soa esquisito.
Mas espere que eu explico.
Enquanto a turma com apelidos brincava,
ela bronqueava tanto que tossia e se engasgava.
E cada vez mais danada
da sua vida mal humorada.
Um dia, Benedito, o Bené,
a chamou de Manuscrito, até.

Só que agora Manuela
não é só o que era.
Virou Manuela Aurês
- professora de português.
Tome título e sobrenome.
Mas, como antes, Dona Manuela Aurês,
vejam bem aí vocês,
continua implicante.
Não deixa ninguém ir ao banheiro.
Chegando na classe, pega o giz e logo diz:
“Desde agora quem falar vai dando o fora”.
Todo aluno anda mudo.
Manuela é quem sabe tudo.
Tuto tudo tudo tudo.
Escolhe a uva do Ivo.
E pra quem vai ler,
o nome do livro...

Até que no último feriado,
a turma bolou um plano.
Eu, que sou discreto, não conto.
Foi um plano secreto.
Mas digo que todo o tempo
a turma passou catando bagulho.
Botão, barbante, algodão.
Papel, tinta e pincel.
Caixa, caixinha, caixote.
Pra cima e pra baixo, cada um com seu pacote.
Meninos e meninas batiam,cortavam, cosiam.
Colavam, refaziam, remendavam...
Ao entrar na sala na volta à aula,
Manuela Aurês esfregou os olhos
e cobriu as mãos com o rosto.
Em vez do bom-dia de sempre,
o que ela ouviu foram zurros.
Em vez das caras de sempre,
viu trinta caras de burro.
Burros de cartolina.
Com olhos azuis de confete.
Topetes de serpentina.
Sobrancelhas de purpurina.
Burros de papel crepom.
Com crinas de couro marrom.
Burros de isopor.
Com belas orelhas de flor.
Burros de brim.
Com dentes de cetim.
E vê se pode:
havia até um cor-de-burro-quando-foge.
Manuela, enfezada,
foi fazer a chamada.
Mas não é que a cada nome que dizia
era um zurro a resposta que ouvia?
Até que perdeu a calma
e suspendeu a aula.
Esperneando pelo corredor
foi chamar o diretor.
Falando pelos cotovelos.
Xingando pelos tornozelos.
Fez tamanha barulheira
que voltou com a escola inteira.
Aluno, professor, inspetor e servente.
Olhando as caras de burro.
E as trinta caras de burro
olhando pra toda gente.

Cesar Cardoso (Do livro Manu,Ela - poemas infantis, lançado pela Editorial Nórdica e esgotado.)

A POESIA PROIBIDA

Mulher inocente,
Ajoelhada, tão dócil
Em plena oração!

Ao vê-la, curvada,
Peço perdão, não resisto.
É o Paraíso!

Relaxa... Entrega...
O seu fruto proibido,
Caminho do mal!

Vinicius ( Pai do Lagarto EM/2 )

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

3º ANO MARCIA


Alunos 5º ANO A - Informática



Di menor

Não tenho mais o cordão
dele só a marca no umbigo
com o frio no coração
aprendi o calor dos amigos

podia ter morrido
junto com tudo o que matei
mas nasci sorrindo
pras coisas que ainda não sei

E assim a cada novo dia
sempre dono do meu nariz
vivo o medo e a alegria
de quem está sempre por um triz

Na corda bamba é que se vê quem É
o passo adiante é pra quem está solto
lá embaixo a platéia está de pé
aqui no peito o meu mar revolto

O salto é meu
a mão do companheiro
e só quando me lanço
é que me sinto inteiro

Agradeço a carona
mas sou filho de mim mesmo
do norte do sul
da minha vida a êsmo

Cristiano Menezes (Pai da Clara Faria Mello de Menezes do 1º ano EM)

Caminho pelas cicatrizes do tempo

Caminho pelas cicatrizes do vento
Suspensa a respiração do mundo
Imóvel o frio espelho d'água
Meus olhos se regalam
Desvelam a renda noturna dos sonhos
Meus olhos arregalados
Os ponho sobre o negro prato
Disseco-os meticulosa
E os como com garfo e faca
Regalo-me
E os mesmos olhos ressurgem
Em minha cara sulcada
De lutos de vidas sonhadas
E os como com garfo e faca
E enquanto os mastigo
Para além do abismo
Da garganta infinita
Diviso o teu fantasma

Isabel Guimarães (Mãe do Pablo Guimarães Bandeira da Silveira do 8ºA)

Saudade

Meu pai se foi correndo...
Disse que voltava logo...Eu sei...
Meu pai voltou,
E adormeceu dentro do meu coração...

Sara Jane Ribeiro (Assistente de biblioteca)

Alunos 5º ANO B- Informática